terça-feira, 24 de agosto de 2010

Conflitos - mais uma etapa!


Como não poderia ser diferente, passamos o final de semana unidas pelo futebol de nossos filhos e para “variar” os assuntos, falamos de nossas difíceis fases de relacionamento com eles.
Meu Deus, quando eu poderia imaginar que depois daquele resultado do exame de sangue: POSITIVO, minha vida mudaria tanto!!!
No inicio, grandes preocupações com a saúde e o bem estar daquela criaturinha frágil e tão dependênte de mim (sequer eu me permitia adoecer!). Depois, a preocupação com a sociabilidade, tanto no colégio, quanto fora deste. Na época, pensei que uma vez passada aquela fase, nos entenderíamos e seríamos amigos para sempre!
Para falar a verdade, sinto muita falta daquela fase, porque era no meu colo que ele ficava. Agora os conflitos são de outra ordem e eu sou para ele a própria encarnação do que ele não quer. Agora os problemas entre nós dois são mais discutidos, e muitas vezes de forma muito "enfática"! Cabe aqui eu colocar o que ouvi de minha mãe quando ele ainda era bebê e estava doente: "- Minha filha, tenha força de vontade, este não será a tua maior batalha, os problemas com filhos crescem junto com eles!" ( eu não tinha idéia de quanta sabedoria abrigava aquelas palavras!)
Hoje, enfrento a adolescência de meu filho! Lembrar que já fui adolescente não basta. , pois por mais rebelde que eu possa ter sido, nunca me atreveria a dar certas respostas aos meus pais sob o risco de hoje ter mais de 16 dentes implantados.
Enfim... chegou a adolescência de meu filho e com ela todas as minhas dúvidas possíveis, imaginárias e até as que eu nunca pude imaginar!
Me pergunto: Cadê a literatura para isso? Procuro em livrarias, internet, etc.... Mas o que encontro são extremos! Cadê o dia-a-dia? Cadê o manual desta criatura que eu amo mais do que tudo o que possa existir e que na maiorias das vezes amo mais até que a mim mesma. Sei que não "devemos" colocá-los acima de nós mesmas, mas é simplesmente inevitável.
Entre conversas, brincadeiras e gargalhadas, no final de semana, podemos perceber que todas nós estamos na mesma fase: Denomidada por nós de -“DEIXA COMIGO!”
E temos razôes para este nome, exemplos:
-Filho, tu não tens prova amanhã? Resposta: -“DEIXA COMIGO!”
-Filho, já é hora de dormir, não tens aula amanhã? Resposta: -“DEIXA COMIGO!”
-Filho, não tens que ler um livro para daqui a 2 dias? Resposta: -“DEIXA COMIGO!”
E assim por diante. Para toda pergunta, cobrança ou constatação, recebemos a mesma resposta (mas para todas mesmo!).
Diante disso e tentando fazer o que os psicologos orientam, deixei tudo com ele, e o que obtive como resultado: Vários NA(s) (não atingiu) em provas parciais no colégio. Ok, e agora srs. Psicologos? Cadê o restante da literatura? Estive procurando, mas confesso que não encontrei. Então, voltei a velha psicologia de meus pais, pois se deu certo comigo, provavelmente dará com ele: “ Estás de castigo! E se não atingires estas notas nas provas trimestrais, não tem mais futebol para ti!”
Gostaria de informar aos estudiosos de plantão, que isso resolveu mais do que qualquer conversa amigável, conciliadora e ponderada que já tive com o “meu adolescente”. Inacreditavelmente, enquanto estou aqui escrevendo, ele está relendo o livro que ele não atingiu nas provas parciais, isso depois de ter organizado todos os polígrafos das matérias para as quais ele está “devendo” nota.
Se existem outras formas de lidar com isso, peço que escrevam sobre elas para que eu possa adotá-las e me sentir melhor. Não queria que fosse desta forma, mas me parece a única que faz surtir efeito!
Bjs
Arlete

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